Um pouco de poesia para variar

Quando uma garotinha se apaixona e não tem nada pra fazer, e por acaso, há papéis e caneta sob seu cobertor, não espere poesia, espere sim, uma declaração de amor...

Assim te quero

É assim que te quero

Com todo ardor te desejo e anseio

De toda forma e por todo meio

Que pra te ter supero

Te espero... espero vê-lo acordar

Todas as manhãs que a vida me der

Extra-religião, mas com toda a fé

Que Deus possa ao nosso lado estar

Para nos ajudar em todos os adventos por vir

Caminhos obscuros temos de prosseguir

E é mistério que não podemos desvendar

Até que se cumpra da vida a sina

Até que venhamos os encontrar

O melhor caminho é o que o amor ensina

E é assim que te quero - e externo

Que o desejo de todo - inteiro

Para que você seja o primeiro

A dominar o oculto em mim e ser eterno

Enfim... te quero, e como quero!...

Pra sempre e sempre, como o sempre for!

Que dure o tempo do infinito espero

O pelo menos dure o que dura toda cor

Que sejas minha canção de ninar

Sejas do frio, meu cobertor

Para que quando tarde me procure a morte

Possa dizer que tive essa grande sorte

Que é viver de amar,

Que é viver de amor.

Jackeline Moreira
Em Arapoema - TO, 09 de Dezembro de 2010

Soneto da canção do pássaro

A fonte da inspiração

Em minhas viagens, eu sempre aproveito tudo, e ponha ênfase em tudo! Cada pedaço de estrada, cada nova amizade, cada sabor, seja o que for novo ou o que eu já tenha desfrutado antes. Assim, seguindo esse raciocínio, outro dia eu fiz uma viajem de 402km a uma cidade do interior do Tocantins chamada Arapoema, onde passei dias de puro encantamento com tudo que Deus fez e faz, digo da natureza, pois estava em uma belíssima fazenda . Um desses dias, acordei, arrumei os lençóis, tomei um banho, escovei os dentes, e de repente, quando me vestia para ir tomar o café, ouvi um assovio. Me virei rapidamente, no pensamento de ter alguem me espionando pela janela, e o que vi e ouvi a seguir, eram pássaros que se juntavam em uma arvore e num bonito coro piavam sua canção matinal. Enquanto eu pensava quão gostoso era aquele presente que Deus me entregava naquela manhã, o canto de uma daquelas aves me chamou a atenção em especial, e para aquele pequenino pássaro compus um simplório poeminha, que mistura sentimentos bons, os mesmos que se misturavam em meu coração naquele dia em que eu fui acordada por sua canção singular.

Para quem aprecia aquelas coisas simples da vida, aprecie esse sonetinho, que é por mim, de alguem que também aprecia o realmente belo.

Soneto da canção do pássaro

Pequenino pássaro que dizes na canção

Que cantas no amanhecer em prece

Quando o sol que sorrindo te aparece

Imerso no horizonte celeste da estação

A mim parece ser canção de amor

Mas talvez seja essa nova condição que me encontro

Que deixa tudo tão bonito e sonoro, finda-se o pranto

De quem ja sentiu a solidão em dor

Pequenino pássaro que cantas teu tema

Ponha na tua canção que não presta a solidão

Estar só e sem amor é imergir em problema

Então faça com que tuas notas sejam de paixão

Não refletindo a vida e o amor como um dilema

Assim tua canção passe aos ouvidos, chegue ao coração.

Jackeline Moreira

Arapoema-TO, em 06 de Dezembro de 2010

O tocador de palitos

Ontem, mas precisamente dia 11 de Dezembro de 2010, eu estava no Crafter, que é para quem "ainda" não conhece, um bar, mais famoso "Bar Inteligente", do meu amigo Sandes (cantor/compositor/dono de bar), onde os artistas, intelectuais, e nós míseros mortais que apreciamos um pouco de cultura, vamos nas noites de luar de Imperatriz fugir da péssima influência musical que sofre nossa querida cidade pela massa popular, ou seja, fugimos do "pancadão", "brega", "arrocha", "forró do não sei o quê" e etc... (nada contra, nada a favor), e vamos apreciar todas as noites em voz e violão , as melhores melodias da MPB interpretadas pelas melhores vozes de Imperatriz, reunidos num local de excelente gosto e totalmente aconchegante, onde evidentemente, acontecem as noites mais nostálgicas da cidade. Enfim, retomando o assunto principal dessa postagem, algo me chamou muito atenção no Crafter, e só para constar, eu não bebi absolutamente nada que continha álcool, prosseguindo, me chamou realmente atenção um homem que sentado numa cadeira frente ao palco sacudia um paliteiro ao ritmo da musica que embalava nossa noite, olhei durante um período de tempo que não posso definir e mostrei ao meu amigo, um paulistano adorável que pra variar, conheci no Crafter. Falei ao meu amigo Donizete que iria compor um poema para retratar aquela prazerosa cena do tocador de palitos.

Então, para você Doni e para todos que freqüentam o Crafter, vai meu simples poeminha:

O tocador de Palitos

No Crafter, aquela noite não era noite de luar

Casais namoravam, amigos brindavam, voz e violão

Mas, o que realmente me chamou a atenção

Um homem balançava um paliteiro ao ar

A trilha sonora da noite dava o ritmo da canção

Na auto-satisfação que produzia sua melodia particular
O paliteiro que em sua mão dançava sem parar

Ao que o musico tocava e cantava sem dar atenção

Me intrigava a cena do paliteiro que ia, vinha e se ia...

Pena aquele particular prazer não me chegar aos ouvidos

O som que um pobre e simplório paliteiro produzia

O tocador de palitos parecia envolver todos os sentidos

Vibrava ao minúsculo som de olhos fechados em nostalgia

Para ele, o paliteiro detinha o melhor dos sons já produzidos

Jackeline Moreira

Imperatriz -Ma, em 12 de Dezembro de 2010